Capitulo 28

   Na grande imensidão azul do portal que separa as realidades dos humanos e Pokemon, Mike, Bianca, Dewott, Princesa Snivy, Darumaka e Meloetta mergulhavam, cheios de determinação para completar a missão de conseguir um pedaço do Disco de Luz e assim salvar o mundo dos Pokemon de qualquer perigo existente. Até que, num piscar de olhos, todos estavam sobre uma grama alta, ao lado de uma árvore.

 — Já faz tanto tempo que não vejo um prédio! — Mike exclama, sorrindo ao ver os altos prédios de sua cidade.

 — Nunca pensei que iria sentir falta da poluição no ar... — Bianca corre para o meio da grama, também sorrindo.

 — Que casas estranhas... São mais altas que o castelo da Queen Serperior.

 — Agora eu quero conhecer toda a cidade!!

 — Huh, eu não quero, Meloetta... Estou um pouco assustado. — Darumaka aponta para um grupo de crianças correndo com um cachorro.

 — Olhem, um Mestre Stoutland em miniatura!

 — Au.

 — Mas que afronta! Aquele Stoutland pequeno nos chamou de esquisitos! — Meloetta cerra os punhos, mas Dewott segura em seu braço.

 — Vamos ser discretos, ok? Os humanos não nos conhecem, não iriam gostar de nos ver por aqui. — Dewott lembra o grupo, que concorda.

 — Mas fiquem calmos, vamos conseguir.

 — Bianca, não esqueça que estamos desaparecidos na cidade! Será estranho se aparecermos do nada. Mas tenho algo para resolver... Sigam-me! 

Pokemon Unova - The Mythical World. Capitulo 28: Procuramos a Princesa em Nimbasa.

*Nova abertura

 — Aonde estamos indo?! — Dewott pergunta, saltando por um hidrante, o que deixa uma turista confusa.

 — Até a minha casa. Quero despreocupar meus pais.

 — Mas o que é aquilo? — Snivy para no meio da rua, observando a grande roda gigante, atração famosa de Nimbasa. Ela fica parada por um tempo, observando enquanto o brinquedo rodava, até que, quando percebe, não estava mais perto de seu grupo. — Bah, agora já me perdi mesmo, vou ver o círculo giratório divertido.

   Nesse momento, Mike, Bianca e os Pokemon paravam de correr ao chegarem até a casa de Mike. Estava como Mike se lembrava, com a mesma e antiga pintura branca. Ele levanta o tapete, onde uma chave se encontrava.

 — Eu... — Mike hesita abrir a porta, mas Meloetta segura em sua mão, sorrindo. Então, ele suspira e introduz a chave na fechadura, a girando e abrindo a porta. No sofá, Grimsley, seu pai, assistia televisão, parecendo entediado. — Pai!

 — Hãm? Mike? — Grimsley se levanta e corre para abraçar seu filho, arremessando o controle da televisão no chão.

 — Você está diferente... Seu cabelo está meio branco.

 — É coisa de velho, não se importe com isso. — então, Grimsley solta o filho, que percebe que lágrimas caíam de seus olhos. — Eu pensava que você havia morrido... Por que não deu notícias?

 — Eu passei todo esse tempo em outra realidade! Ela corre perigo e sou o escolhido para salvá-la. É meio difícil de acreditar, mas é verdade. — Mike então olha para trás, onde todos os Pokemon pareciam confusos. Meloetta tentava entrar na televisão, se espremendo contra ela. — Ah!, é verdade, esqueci de apresentar meus amigos. Pai, esses são os Pokemon! Eles vivem na realidade que preciso salvar.

 — Olá, Mike grande. — Dewott faz uma referência para Grimsley, que esfregava os olhos para ver se estava sonhando. — Sou Dewott, protejo o Mike pequeno.

 — Sou o Darumaka.

 — Meloetta, fui eu que raptei o seu filho! — ela sorri, mas então Bianca a cutuca com o cotovelo. — Ah!, sim... Desculpe-me por ter levado o seu filho sem antes deixá-lo te contar para onde iria.

 — Hm, estranho, Snivy não está aqui... — Mike olha ao seu redor, procurando pela princesa.

 — Isso é a coisa mais estranha que já vi.

 — Eu vi e fiz coisas estranhas todos os dias, pai. Eu fui treinado por um cachorro!

 — Isso... é contraditório. Sua mãe ficaria feliz em vê-lo...

 — Aonde ela está?!

 — Existe um Mike mulher? — Darumaka pergunta, confuso. Porém, todos ficam em silêncio ao perceberem que o sorriso no rosto de Grimsley desapareceu. Ele agora se sentava em seu sofá, com as mãos nos joelhos.

 — Pai?

 — Sua mãe desapareceu um mês depois de você sumir. Ninguém a encontrou... — Grimsley então volta a encarar Mike, que ainda não havia entendido. Então, quando a ficha caiu, ele corre para os braços do pai, que o abraçou. — Sinto muito, filho... Ela podia ser dura, mas o amava muito. 

 — Mike...

 — Vamos fazer silêncio.

   Enquanto isso, Snivy invadia a roda gigante, usando seus cipós para subir até um vagão, onde um casal estava de mãos dadas.

 — Que tipo de animal é esse, Diogo? — a garota pergunta, se voltando na direção de Snivy, que então percebe que não estava sozinha.

 — Não sei, Laura. — o garoto responde, encostando na cauda de Snivy, que salta para o vagão de baixo. 

 — Hunf, já era esperado. Sou o Wallter. — um menino de cabelos verdes fala, observando Snivy. Então, quando iria gritar, sua boca é calada por cipós.

   Assim que a volta na roda gigante termina, Laura, Diogo e Wallter saem correndo, gritando e deixando Snivy lá. Esta acaba ficando presa, dando várias voltas, até conseguir sair.

 — Céus, como os Mikes gostam disso?! Estou tonta... — então, com a visão embaçada, Snivy consegue avistar um carrinho de pipoca em sua frente. — Olha, tem Pokeblocos aqui...

 — Olá, menina, vai querer a grande ou a pequena? — o pipoqueiro se vira para falar Snivy, que havia cutucado sua perna. Então, ao abrir os olhos e perceber que não era uma menina, ele solta o saco de pipoca e se afasta com medo.

 — Os outros Mikes são mesmo muito estranhos. Mas pelo menos dão comida de graça! — Snivy salta para dentro do carro de pipoca, começando a comer. — Que gosto engraçado! Mas é tão bom... O que será que os outros estão fazendo?

   Na casa de Mike, todos se ajoelhavam em frente à uma bancada, onde um quadro com a foto da mãe de Mike se encontrava ao lado de algumas velas e pãezinhos. Haviam acabado de terminar uma oração.

 — Eu me sinto vazio... — Mike fala, acariciando o retrato.

 — Não se sinta assim, filho. Todos esses Tokepons estão contando com você para salvar a realidade deles, não é? Você não vai salvar nada se estiver triste.

 — Você está certo. E, em falar nisso, temos que procurar por Snivy agora. Pai, promete que não vai se preocupar comigo?

 — Você por acaso está pensando em sair de casa sozinho junto com eles de novo? — Grimsley pergunta, se levantando. — Não vou deixá-lo sair agora que te encontrei. Isso seria muito irresponsável... 

 — Eu preciso salvar o mundo desses Pokemon!

 — Então irei junto.

 — Sr. Grimsley, sei que não quer perder o seu filho de novo, mas é muito perigoso. Eu mesma quase não sobrevivi diversas vezes.

 — Não vou deixá-lo de novo, já disse! — Grimsley grita, prendendo o choro. Todos observavam seu rosto, cansado e cheio de olheiras. 

 — Você está certo. Obrigado por se preocupar comigo! — Mike abraça seu pai novamente, que sorri. — Vamos nos dividir pela cidade e procurar pela Princesa! Pai, procure junto com a Bianca no sul da cidade. Vou com Dewott, Darumaka e Meloetta procurar no norte!

   Assim que todos se dividem, um homem esbarra em Bianca, que quase cai.

 — Um animal falante e estranho está comendo minha pipoca!!!

 — Oh!, não... Já encontraram Snivy.

 — Me deixem passar, humanos robóticos! — Snivy corre pela rua, passando por meio dos carros e bagunçando o trânsito, até que salta para dentro de um carro, no exato momento  que um motorista tirava selfie no celular. Assim que ele posta em seu Facebook, observa Snivy no fundo e fica confuso.

 — Lá está ela! — Bianca aponta para a rua, onde Snivy saltava por cima dos carros. — Pare, Princesa!!!

 — Huh? — Snivy ouve Bianca e corre em sua direção. Assim que se aproxima, Grimsley encosta nela, a fazendo se arrepiar. Porém, antes que ela pudesse falar algo, um humano entre vários outros grita.

 — O animal está atacando a garota e o adulto!!!

 — Hein? — Snivy se vira para trás, zangada. — O que você disse?

 — Esse é o nosso cachorro. — Grimsley diz, colocando Snivy em seu colo. — Ele tinha fugido, desculpem, não está acostumado com a rua.

 — O que é cachorro?

 — Ele fala!!! — o mesmo humano grita, agora erguendo uma tocha que ninguém o viu pegar.

 — Não, se acalmem! Sou apenas eu, gosto de imitar vozes de animais. Cachorros certamente falam apenas "au au". — Bianca diz, sorrindo forçado. Todos os humanos olham para Snivy, que parecia confusa. — Certamente cachorros dizem "au au", não é, Sra. Lary? — Bianca encara Snivy, que jurava ter visto chamas em seus olhos.

 — Au au. — Snivy imita um cachorro e todos se acalmam. Assim que todos se afastam, ela salta do colo de Grimsley, mostrando a língua.  — Burros!

 — Fica quieta! — Bianca tampa a boca de Snivy com a mão.

 — Ah!, quem é o Mike grande? — Snivy pergunta, se virando para Grimsley.

 — Ele é o Grimsley, pai do Mike.

 — Você está bem? Seu corpo estava bem gelado.

 — Hãm... Estou, isso é normal. — Grimsley responde, tentando sorrir. Bianca apenas ignora e vira de costas, observando Mike correndo em sua direção, com o casaco quase explodindo. Assim que se aproxima, abre o casaco, revelando Dewott e Darumaka. Meloetta aparece em seu ombro, dizendo que estava invisível.

 — Nós... urf... fugimos de um mendigo maluco. — Mike fala, ofegando. — Talvez seja mais seguro vocês ficarem todos nas Pokeballs.

 — Está certo. — Dewott diz, e então é retornado para a Pokeball, assim como Snivy e Darumaka.

 — Não se preocupem comigo, posso ficar invisível.

 — Agora precisamos fazer a oferenda para a Deusa das realidades.

 — Sneasel contou que existe uma condição específica. Devemos desenhar um círculo no chão e o humano deve ficar no centro dele, rezando para a Deusa, com as oferendas em mãos. — Meloetta relembra, e todos se entreolham.

 — É arriscado fazer isso agora, de tarde. Vamos esperar a noite. — Bianca sugere e todos concordam.

Continua