Capitulo 29

   Na madrugada, Nimbasa City nem parecia a grande e animada cidade de Unova, que sempre estava lotada. Mike, Bianca, Grimsley, Meloetta, Dewott, Darumaka e Snivy agora estavam na pequena praça da cidade, a mesma onde a árvore com o portal para a realidade dos Pokemon se encontrava. Dewott finalizava um círculo perfeito na grama, que desenhara usando suas conchas. No centro do círculo, Mike estava sentado, segurando três objetos; o fragmento de Moon Stone, que fazia parte da coroa de Queen Serperior, a tocha eterna, que Emboar o confiou, e uma espada de concha muito querida por Samurott.

 — Vamos fazer silêncio agora. — Bianca fala e todos concordam com a cabeça.

 — Oh!, Mía, Deusa das realidades... Aceite minha oferenda em troca de uma parte do Disco de Luz, que controla todas as realidades! Mostre-me a entrada para o grande Castelo Dourado! — Mike exclama, erguendo as oferendas. Porém, nada acontece. — Huh?

 — Você não deve ter feito direito. — Grimsley sorri para Mike, que parecia confuso.

 — Mas eu fiz!

 — Foi exatamente isso que Sneasel nos mandou dizer. — Bianca fala, ajeitando os óculos e começando a pensar.

 — Lembrem que Sneasel disse que não sabia se era 100% real que existia mesmo uma Deusa das realidades. — Snivy lembra, desesperando todos.

 — Ela é real sim! — Grimsley exclama, cerrando os punhos. Todos olham em sua direção e ele se encolhe, envergonhado. — Digo, existem vários artigos na internet sobre a Deusa Mía. — ele sorri, o que faz Dewott desconfiar de algo.

 — Nunca havia lido nada sobre ela. — Bianca fala, também desconfiando.

 — Ah!, é que ela é uma lenda pouco comentada...

 — Mas não tinham vários artigos sobre ela nessa tal internet? — Darumaka pergunta, observando Grimsley começar a suar.

 — Existe um site! deusamia.com

 — Calem a boca! — Meleotta grita, calando todos. — Precisamos fazer algo agora!

 — Deixem que eu tento. — Grimsley caminha até o centro do círculo, ocupando o lugar de Mike. Ele segura as oferendas e se ajoelha. Então, repete o que Mike disse, porém, soltando as oferendas e segurando em seu cachecol. —  Todos vocês, entrem no círculo.

 — Certo... — Mike adentra o círculo e, após se entreolharem, os outros o seguem. De repente, o contorno do círculo começa a brilhar, e então ele se transforma num portal, onde todos caem.

Pokemon Unova - The Mythical World. Capitulo 29: Visitamos o Castelo Dourado.

   Assim que todos estavam conscientes de novo, eles percebem que estavam diante de um enorme castelo dourado.

 — Foi o que Sneasel disse! — Darumaka começa a saltitar, animado com o plano ter dado certo.

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 — Mía está no castelo dourado, que sempre está mudando de posição para outras realidades!

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 — Sr. Grimsley, como conseguiu?

 — Eu não sei... só fiz o mesmo que Mike.

 — Viram? Meu pai é útil! — Mike exclama, sorrindo. — Foi bom ele ter vindo.

 — Tá, mas o que vamos fazer agora? — Snivy pergunta, percebendo que ralou o joelho quando caiu no portal.

 — Só temos a opção de seguir em frente agora.

   Então, todos avançam para o grande Castelo Dourado, subindo uma grande escadaria também dourada até chegar ao grande portão feito de ouro. De uma janela, dois grandes olhos amarelos os observavam, o que eles estavam alheios.

 — Vem, vamos entrar... — Mike suspira e empurra o grande portão, que emite um alto ruído. Parecia que ninguém o abria há anos, o que talvez fosse verdade. Já dentro do castelo, todos percebem que estavam no escuro. Não conseguiam ver por onde andavam e Darumaka já havia esbarrado em várias coisas.

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 — Chegar até Mía não é fácil! O castelo tem várias salas que farão de tudo para confundi-los.

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 — Será que teremos que passar por algo, como Sneasel falou? — Dewott pergunta, até que esbarra em Snivy. — Grr, não sei o que fazer aqui!

 — Deveríamos ter vindo com alguém que pudesse usar Flash para iluminar tudo! — Snivy resmunga. Então, as luzes se acendem, o que a assusta. — As palavras tem poder mesmo...

 — Estão ouvindo isso? — Bianca começa a recuar, se aproximando de Dewott. Todos ouviam alguns rosnados, cujo o som aumentava a cada segundo, como se várias raposas raivosas estivessem se aproximando. — Sinto várias auras por aqui...

   Vários Pokemon saltam para o centro da sala, cercando Mike e os outros. Cada um estava envolto por uma energia diferente, correspondente ao elemento que domina. Mike, assustado, ergue seu cajado, se preparando para lutar, mesmo receoso de o usar.

 — O que estão fazendo aqui? — na frente de Mike, algo negro salta. O humano só consegue enxergar seu rosto após luzes azuis brilharem pelo corpo dele.

 — Quem são vocês? — Darumaka pergunta e engole seco assim que o Pokemon negro volta seu olhar em sua direção.

 — Somos os Eeveelutions, os guardas do Castelo Dourado de Mía.

 — Sou Flareon, mestre do fogo.

 — Vaporeon, mãe das águas.

 — Jolteon, guarda dos raios.

 — Me chamo Espeon, meus poderes psíquicos podem fazer tudo.

 — Glaceon, rainha do gelo!

 — Huh, sou o Leafeon...

 — A mais bela, Sylveon!

 — E eu sou o líder, Umbreon. — a raposa negra fala, mantendo seu tom sério.

 — Oh!, tem um Espeon aqui! — Meloetta exclama, apontando para o Espeon que a encarava. Em sua mente, lembrava-se do Espeon da Serene Village, que havia ajudado no plano de salvar a anciã.

 — Respondam a minha pergunta. — Umbreon fala, aumentando seu tom de voz.

 — Queremos falar com Mía, a Deusa das realidades. — Mike responde, ainda hesitante. A presença de Umbreon o fazia sentir medo.

 — Sinto informá-los que ela está na sala dela e que não vai querer perder tempo falando com vocês! — Sylveon exclama, mostrando a língua.

 — Sylveon, eu sou o líder, deixe-me falar. — Umbreon rosna para Sylveon, que revira os olhos. — Sinto informá-los que Mía está em sua sala e não irá querer falar com vocês.

 — Temos coisas para oferecer! — Bianca toma a frente de todos, recebendo um olhar de Umbreon.

 — Escute, garota! Eu já disse que... — antes que Umbreon pudesse terminar de falar, o castelo começa a tremer. Todos os guardas Eeveelutions se entreolham, assustados. Umbreon então recua, se esforçando para sorrir. — Sim, minha Deusa? — ele fecha os olhos e logo os abre instantes depois. — Certo. Venham comigo.

   Pelo castelo, Umbreon guiava o grupo de Mike, iluminando o caminho com suas luzes azuis. O local era enorme e haviam quadros espalhados por todos os cantos, embora ninguém conseguisse entender o que estava sendo representado neles. Todos param de caminhar ao chegarem até uma grande porta dourada, que Umbreon empurra.

 — Entrem, por favor.

   Ao passarem pela porta, todos se espantam. Uma mulher, alta e com os cabelos loiros perfeitamente penteados, estava sentada em um grande trono, mas grande mesmo, o que o tornava desproporcional para ela.

 — Nossa... Você se parece com uma humana qualquer. — Mike comenta, recebendo um olhar de indignação de Umbreon.

 — Assumi minha forma humana porque não posso mostrar a minha forma verdadeira. Além disso, vocês não conhecem as duas realidades além da Humana, Pokemon e Imaginária, eu me encrencaria caso as vissem. — ela fala, calmamente. Sua voz era doce, mas ao mesmo tempo misteriosa, como se escondesse algo. — Mas, vamos direto ao ponto, o que trouxeram para me oferecer?

 — Ah!, certo... — Mike abre sua mochila mágica, retirando o fragmento de Moon Stone. — Deusa, esse é um fragmento de...

 — Fragmento de Moon Stone, um dos últimos existentes, sim, eu conheço. — Mía fala, revirando os olhos. Ela estala os dedos e a imagem de várias Moon Stones inteiras aparecem. — Algumas da minha coleção. Tenho várias, como pode ver. E, além de tudo, este que você trouxe é falso.

 — Huh?

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 — Rainha! Eu não acredito que fez isso! — na sala de Queen Serperior, em Verdant Court, Lurantis gritava com a rainha, furiosa.

 — Me desculpe, eu sou uma rainha horrível!! Dei um fragmento falso para eles... Mas é que a Moon Stone é tão bela, não poderia me livrar dela assim!

**

 — Certo... Aposto que vai se interessar pelo próximo! — Mike fala, tentando sorrir. Ele retira a capsula onde a Tocha Eterna estava contida. — Essa é uma Tocha Eterna! Ela nunca se apaga, não importa o que faça com ela.

 — Tocha Eterna? Realmente interessante, não me oferecem uma faz muito tempo... Porém, tenho várias também. Antigamente era muito fácil de conseguir.

 — Hãm... Também tenho uma espada de concha, que pertencia ao grande líder da Beach Area, Samurott! Eles nunca entregariam isso se não fosse por algo sério.

 — Sério? Uma espada de concha de Samurott? Eles entregariam isso por qualquer coisa que possa valer dinheiro, querido. Agora, podem ir embora, não me interessei por nada. — Mía bate duas palmas e aponta para a porta.

 — Não! — Mike exclama, o que faz todos olharem em sua direção.

 — Como? Ousa me questionar? — Mía pergunta, ainda sorrindo. — Você sabe quem eu sou?

 — Respeite, humano! — Umbreon rosna, o que faz Mike começar a suar.

 — Eu preciso salvar o mundo dos Pokemon!  Por isso, preciso de um pedaço do Disco de Luz.

 — Você nunca terá. Entregar uma parte do Disco de Luz é como entregar todas as vidas de uma realidade. Nele, está gravado o destino de todos. Quem o tem em mãos, não tem apenas um pedaço, mas sim posse de todas essas vidas. Entende aonde quero chegar?

 — Desculpe, mas preciso muito dele para impedir a luta dos dragões da Verdade e do Ideal, Reshiram e Zekrom! Se eles começarem a lutar como a profecia diz, será o fim de tudo! Eu sou o escolhido e preciso salvá-los. — Mike diz, agora cerrando os punhos. Umbreon não sabia se olhava para a Deusa e para Mike ou se levava o humano embora daquela sala.

 — Sinto muito, não posso.

 — Sinto muito também, mas eu não vou desistir! — Mike avança na direção do Disco de Luz, que estava dentro de uma maleta, em cima da grande bancada dourada ao lado do trono de Mía. Porém, Umbreon salta em seu rosto, o derrubando e abrindo uma ferida em sua bochecha com suas garras.

 — Isso foi patético... — Snivy cruza os braços, observando Mike tentando sair debaixo de Umbreon.

 — Chamem os Momos! — Mía grita, e então vários Bisharp adentram a sala, assustando Dewott.

 — Por que são todos Bisharp? — Dewott pergunta, recuando.

 — O quê? São Meowth! — Mike fala, segurando a pata de Umbreon.

 — Eu vejo vários Colress... Eek! — Bianca mostra a língua, se lembrando do tempo que passou com o cientista fã de canhões.

 — Para mim são Minccino! — Meloetta fala, abraçando um dos Minccino, que implorava para ser solto.

 — Vejo a minha mãe, Queen Serperior...

 — Eu vejo o Darmanitan.

 — Hãm, para mim são todos iguais ao Mike. — Grimsley fala, coçando o queixo.

 — Momos são criaturas estranhas, olhos mortais não conseguem os enxergar direito, por isso, cada um os vê na forma de alguém que está pensando bastante. — Umbreon explica, se distraindo.

 — Momos, levem eles para fora daqui! — Mía grita e todos os Momos se viram na direção do grupo de Mike.

 — Hyah! — Mike acerta um soco no rosto de Umbreon, que nem havia percebido que ele estava solto. Em seguida, salta na direção da Deusa, que cria uma barreira em sua frente, o refletindo para longe.

 — Isso já foi demais! Levem todos para o calabouço!

 — Haha, calabouço? Não precisa, nós podemos ir embora... — Bianca tenta acalmar todos, porém, é ignorada. Um dos momos a agarra e, quando ela percebe, já estava no subterrâneo do castelo e agora era jogada numa cela, ao lado de Mike, Grimsley, Meloetta, Dewott, Snivy e Darumaka.

 — Então esse é o fim?

 — Não pode ser! — Darumaka exclama e então envolve seu punho em chamas. Ele soca uma das barras da cela, porém, elas eram feitas de eletricidade e ele acaba levando um choque.

 — Não vai adiantar. — uma fada, que até então ninguém havia percebido estar ali, fala, com a voz triste.

 — Huh? Tem mais alguém aqui! — diz Meloetta, apontando para a fada.

 — Estranho... Geralmente, fadas são alegres, mas essa está triste. — Snivy observa o quase invisível brilho que cercava a fada.

 — Você também estaria assim se estivesse presa aqui por tanto tempo, falando apenas com o guarda Flareon. — ela cruza os braços e todos se entreolham.

Continua